Como é que, apesar de existir um Deus todo poderoso e bom, ainda existe sofrimento? Esta pergunta nunca foi respondida filosoficamente no ocidente. Se aceitamos que a alma foi criada agora, juntamente com este corpo, por que Deus dá um corpo feio para alguém e um belo e educado para outro? Por que alguém nasce forte e outro fraco? Por que Ele faz que alguém nasça num país ateu?
Aceitar este fato da reencarnação, da ação do karma, oferece a possibilidade de lidar filosoficamente com estes problemas dos sofrimentos dos homens, apesar de Deus ser todo poderoso e bom. Aceitando que a alma tem outras vidas podemos, então, entender melhor que o sofrimento é devido às nossas atividades prévias. Ninguém reclama quando é castigado justamente. Inclusive existe um certo sentimento de satisfação ao ver o triunfo da lei, da justiça. A filosofia de que a alma é criada e destruída juntamente com o corpo deixa muitas perguntas sem resposta. Porque Deus permite que o mundo sofra?
Mas isto não é um segredo. Estamos sofrendo a reação de nossos próprios pecados. Há um best-seller nos Estados Unidos, escrito por um rabino de Boston, que conta a história de seu filho que sofre de uma doença pela qual uma pessoa envelhece rapidamente. Assim, um jovem de quinze anos morre como um ancião. Esse rabino ficou completamente chocado e não conseguiu manter nem justificar sua fé em Deus. E assim escreveu, em seu livro, que existem duas possibilidades:
"Que Deus seja bom, mas não todo poderoso, e assim, apesar de Sua bondade, o controle do sofrimento e da dor estariam fora de Seu alcance; ou, pelo contrário, que Deus seja todo poderoso e não bom, e, dessa maneira, Ele seria como que indiferente e abandonaria cruelmente Sua criação." E diz que prefere pensar que Deus é bom e não todo poderoso.
Mas isso é apenas o resultado de não entender a reencarnação da alma, de como estamos sofrendo ou desfrutando, de acordo com nossas atividades prévias. Aceitar a reencarnação explica muitas coisas, dá soluções claras, filosóficas, porque propõe a existência de duas coisas, uma alma e um corpo físico, que são bem diferentes em sua natureza; que existe interações entre eles, criando, assim, categorias bem definidas. Por outro lado, não existe, na ciência material, conhecimento que possa contradizer estes fatos.
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Hridayananda |
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